Breve Descrição do Setor de Massas no Brasil
O processo produtivo das massas permite ao produtor de um tipo de massa, produzir qualquer outro tipo com pequenas adaptações no processo produtivo e baixos investimentos, permitindo ao produtor oferecer uma grande variedade de massas alimentícias. Assim, a indústria de massas apresenta uma baixa barreira de entrada em termos de diversidade de produto.
A massa é um produto de baixo valor agregado, e o frete tem peso significativo em seu preço final, justificando, desta forma, o estabelecimento de núcleos regionais de produção, consumo e distribuição.
Desempenho Recente do Setor de Massas no Brasil
O processo de abertura econômica vivenciado pelo país, a partir dos anos 90, introduziu novos desafios no mercado brasileiro de bens de consumo e resultou em mudanças estruturais na indústria.
No setor de massas alimentícias, este processo assumiu contornos decisivos em termos de consolidação mercadológica e impulsionou as empresas a investir em tecnologia, equipamentos de última geração e capacitação de seus profissionais. O resultado destes investimentos é um parque industrial entre os mais modernos do mundo e perfeitamente apto a fornecer produtos de qualidade.
As massas alimentícias secas no Brasil, são produzidas a partir de trigo soft e estão segmentadas em: massa de sêmola com ovos, massa de sêmola, massa comum e massa tipo caseira. A designação “macarrão” é popularmente utilizada, inclusive nas embalagens, como sinônimo de “massa alimentícia”.
Muitas empresas do setor possuem processo integrado com moinho de trigo e, em geral, possuem um amplo portfólio com outros produtos derivados do trigo, como farinha, mistura para bolo, biscoitos, bolo pronto, etc. O macarrão instantâneo é um dos produtos oferecidos pelas empresas, com possibilidade de adequação de sabores ao mercado alvo.
De acordo com dados da AC Nielsen, publicados na ABIMAPI, as massas secas têm atualmente a maior representatividade do setor de massas alimentícias, sendo que em 2019, a categoria
representou 50,7% dos volumes vendidos. Conforme dados da AC Nielsen, as vendas em volume de massas secas, em 2019, subdividiram-se em: (i) 34,97% do tipo sêmola sem ovos; (ii) 33,8% sêmola com ovos; (iii) 28,9% do comum; e (iv) 2,6% do grano duro.
Até 1997, o mercado brasileiro de massas era bastante disperso, sendo que as duas principais representantes do setor, a então Adria Alimentos do Brasil (adquirida pela M Dias Branco em 2003) e a Santista Alimentos, detinham respectivamente 6,8% e 6,7% do consumo. Este setor se tornou mais concentrado com a intensificação das fusões e aquisições. Atualmente, mais da metade do mercado, em termos de volume vendido, é dominado por seis empresas: M. Dias Branco, J. Macedo, Selmi, Santa Amália e Vilma. A tabela abaixo mostra a participação de mercado dos competidores no setor de massas alimentícias nacional e o das regiões Nordeste e Sudeste do País para o período indicado:
Setor de Massas | |||
Participação de mercado em termos de Volume vendido | |||
Brasil | Nordeste | Sudeste | |
M. Dias Branco | 35,71% | 63,58% | 26,21% |
J. Macedo | 13,29% | 13,55% | 18,04% |
Selmi | 8,69% | 1,38% | 10,41% |
Santa Amália | 6,64% | 0,25% | 13,79% |
Vilma | 4,43% | 2,14% | 7,92% |
Outros | 31,24% | 19,10% | 23,63% |
Fonte: AC Nielsen (Ano de 2019) |
Setor de Massas | |||
Participação de mercado em termos de Faturamento | |||
Brasil | Nordeste | Sudeste | |
M. Dias Branco | 32,1% | 62,4% | 24,8% |
J. Macedo | 12,0% | 14,0% | 15,4% |
Selmi | 10,5% | 2,2% | 11,5% |
Santa Amália | 8,0% | 0,4% | 15,5% |
Vilma | 4,8% | 2,8% | 8,0% |
Outros | 32,6% | 18,1% | 24,8% |
Fonte: AC Nielsen (Ano de 2019) |
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